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TV Globo e apologia das ideologias revolucionárias
06/09/2017 09:23 em ofielcatolico.com.br

JÁ HÁ ALGUMAS décadas a Globo –, a maior rede de televisão comercial aberta do Brasil e uma das maiores do mundo, além de administradora de outros 61 canais pagos[1], integrando um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, com programas assistidos por centenas de milhões de pessoas diariamente no Brasil e no exterior –, adotou como verdadeira missão de vida a promoção das ideologias revolucionárias, usando sem nenhum pudor de suas novelas, telejornais, documentários e especiais de TV para a mais aberta apologia destas ideologias.

Ainda no tempo do regime militar, Dias Gomes transpunha para suas novelas a mentalidade marxista, com a propaganda de ideias anticristãs e anti-família. Através de suas obras, como bom relativista, promoveu o comunismo aproveitando-se, a um só tempo, do liberalismo militar e do liberalismo capitalista de Roberto Marinho. Em sua novela mais popular, "Roque Santeiro", apresentou uma caricatura da Igreja Católica, mostrada como uma farsa, uma instituição interessada somente no dinheiro e promotora da opressão dos pobres, com um padre tradicional retratado como um verdadeiro monstro materialista, e um padre claramente adepto da herética "'teologia' da libertação" como muito justo e bondoso.

Recentemente, todos os canais e programas de jornalismo da Globo engajaram-se numa declarada e intensa –, tão absurda quanto ridícula –, campanha contra a candidatura do republicano Donald Trump (logo, pró-Hilary Clinton) à presidência dos EUA. Um dos momentos mais patéticos da história do canal Globo News "viralizou" na internet, com o vídeo mostrando Monalisa Perrone proferindo calúnias absurdas contra o atual presidente norte-americano e sendo desmentida ao vivo.

A postura toda indignada da pseudo-jornalista mostra bem a que nível chegou a adesão ideológica que impera nos ambientes globais. A coisa toda acaba por sair de controle, e vai ganhando tanta força nas mentes engajadas que torna-se uma espécie de seita insana: chega um momento em que já não se distingue mais o que é fato do que é imaginação.

O mais espantoso e cruel é que essa grande batalha épica que a rede Globo vem travando é uma batalha contra a vontade, o pensamento, os princípios e os valores sagrados da absoluta maioria da sociedade brasileira. Já se tornou uma espécie de trágica "tradição" o uso escancarado especialmente das novelas –, eternas líderes absolutas da audiência em nosso país –, para a mais rasteira panfletagem do pensamento dito “progressista”.

Agora, o novo folhetim das 21h, intitulado "A Força do Querer", toma como principal bandeira a promoção da ideologia de gênero. Escrita por Glória Perez (foto), que se orgulha muito de ser considerada uma autora "polêmica", estreou em abril de 2017, registrando, como sempre, bons índices de audiência. Uma personagem central é usada para, nas palavras dos apoiadores, "promover o debate" sobre gênero no Brasil. A atriz (estreante em novelas) Carol Duarte interpreta "Ivana", que no começo da novela foi apresentada como uma pobre e infeliz menina "oprimida" pela mãe, Joyce (Maria Fernanda Cândido). A razão da infelicidade dessa pobre criança é o fato de sua mãe insistir que ela se vista com roupas de grife, use jóias e sapatos femininos. Causa-lhe profundo sofrimento que sua mãe a veja como uma princesinha e a cubra de mimos... Na fase adulta, mostrada a partir de uma passagem de tempo de 15 anos, Ivana passa a crer que é, na realidade, um homem nascido num corpo de mulher. Mas isso não é tudo: esse homem nascido em corpo de mulher, além de tudo, é gay(!). Imagino o que deve ser o interior da mente desta autora...

“Ela tem dificuldade nessa ligação do corpo com a cabeça”, disse Carol Duarte, explicando o perfil da personagem. Gloria Perez declarou que sua ideia é “criar uma empatia entre o público e os transgêneros” e “permitir que essas pessoas sejam olhadas com compreensão”, tornando as questões de gênero mais aceitas pela sociedade[2]. 

“Não se deve ampliar a voz dos imbecis”, disse uma vez a mesma Gloria Perez a respeito dos cristãos, na época de uma outra polêmica comprada com comunidades protestantes em razão de sua outra novela intitulada "Salve Jorge"[3].

“Novela no nosso país é algo que faz parte do nosso dia a dia. Então, à medida em que o folhetim se propõe a abordar uma questão, tenta abrir perguntas, e não fornecer respostas. Assim, a discussão se potencializa. Se a novela conseguir promover o debate, a missão está cumprida”[4], endossou Maria Fernanda Cândido e, sim, a bela atriz global está coberta de razão nesta sua simples análise. É assim que a Globo sempre fez e continua fazendo, com excelentes resultados. Por enquanto, a maior parte da nossa sociedade segue escandalizada, embora eu não tenha visto nenhuma reação forte, como deveria haver, contra essa propaganda descarada de uma ideologia que não queremos. Entre os mais jovens, entretanto, naturalmente mais suscetíveis às influências externas e propensos a ter o seu pensamento (de)formado pela mídia e o meio que os cerca, é cada vez mais comum encontrar quem defenda a ideologia de gênero como coisa boa e/ou que deveríamos simplesmente aceitar.

No Brasil, já há vários projetos de lei contendo a palavra gênero, usada de modo malicioso, esperando apenas a votação do Poder Legislativo para entrar no sistema normativo nacional e servir de instrumento a agentes comprometidos com a agenda marxista revolucionária (saiba quais são). O projeto de reforma do Código Penal (PLS 236/2012), por exemplo, adiciona como “agravante do crime", em seu art. 75, o “preconceito de (...) orientação sexual e identidade de gênero"; o Plano Nacional de Educação (PLC 103/2012), já aprovado na Câmara, estabelece como uma de suas diretrizes a “promoção da igualdade (...) de gênero e de orientação sexual"; do mesmo modo, outros projetos, visando alegadamente proteger a mulher da violência sexual, falam de adicionar a agenda de gênero aos “conteúdos curriculares da educação básica".

É preciso dizer claramente que, em uma sociedade democrática, cuja soberania é teoricamente exercida pelo povo, a destruição da família tradicional é, tragicamente, uma possibilidade. No entanto, à luz da doutrina da Igreja, que recorda que a complementaridade afetivo-sexual do homem e da mulher é uma questão de direito natural, é impossível atentar contra a instituição do Matrimônio, fixada pelo próprio Deus desde o início dos tempos, sem que se destrua a sociedade.

Não bastasse a audácia da proposta do estabelecimento do gênero, que declara guerra à própria natureza humana, eles tentam promover sua agenda à revelia da população mundial, enganada por uma “espiral do silêncio" midiática e ludibriada por um discurso travestido de “diálogo democrático". Os ideólogos de gênero querem destruir a família, mas fazem-no aos poucos, ministrando o veneno em pequenas doses, quase secretamente, sem que o povo, soberano, tenha consciência do que está acontecendo. Um recurso no qual a rede Globo sempre foi mestra.

O mesmo que fez o Gender the Establishment, e fez bem feito, há muito tempo. Para entender como esta coalizão maligna trabalha, é preciso recorrer às obras e textos que produz, por exemplo, na ONU. A Conferência de Pequim já traz, em seus documentos oficiais, a palavra "gênero". É o resultado de um trabalho meticulosamente articulado, algo que se pode entender pela leitura do livro “The Gender Agenda", resultado da diligente pesquisa de Dale O'Leary, traduzido em espanhol ('La Agenda de Género, redefiniendo la igualdad') e disponibilizado para leitura e download gratuito, ao final deste artigo, na íntegra.

Friedrich Engels, Margaret Sanger, Sulamita Firestone e Judith Butler e, agora, Gloria Perez, são nomes de apenas alguns personagens que, agindo nos bastidores, contribuíram – ou têm contribuído – enormemente para a causa do gênero. A este trabalho demoníaco é preciso opor a resistência dos filhos da Luz. Como lembra bem o padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr., para eles é um trabalho muito mais penoso legitimar suas ideias, já que, sendo fruto apenas da produção ideológica, precisam ser sustentadas por um novo vocabulário e um novo imaginário social. Com os cristãos, ao contrário, está a Verdade, com sua força própria e fora de cujo conhecimento nenhum homem pode ser genuinamente livre.

Para encerrar com chave de ouro esta reflexão, publicamos uma vez mais o brilhante e revelador documentário norueguês (2010) que desmontou de uma vez a polêmica e absurda "teoria do gênero", tão querida pelo movimento revolucionário. Por favor, leitor, não deixe de assistir a este documentário que mostra a luta de uma ideologia fabricada contra a mais pura e evidente realidade, já que as pesquisas puramente empíricas mostram como a suposta "igualdade de gênero" é um mito que não passa por absolutamente nenhum crivo científico.

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