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Mataram sua filha de 9 anos e assim este pai católico perdoou o assassino
22/12/2017 04:27 em acidigital.com

Ángel Benavides é um pai de família que surpreendeu com um discurso comovente no qual perdoou o assassino da sua filha Emília, de 9 anos, cujo caso provocou uma grande rede de solidariedade em todo o Equador e também no Peru.

O caso de Emília comoveu muitas pessoas depois que desapareceu em 15 de dezembro, dia em que foi vista pela última vez ao sair do colégio Santa Mariana de Jesus, na cidade equatoriana de Loja.

O seu corpo foi encontrado alguns dias depois em um rio de Catamayo, em Loja. As autoridades disseram que aplicarão todo o rigor da lei no caso e suspeitam que o corpo da menina foi queimado.

“Infelizmente, encontramos os restos da menina e nos solidarizamos com a família. Este caso não ficará impune”, disse o vice-ministro do Interior, Andrés de la Vega, na coletiva de imprensa”.

A polícia prendeu Fabián Nero Robalino, de 28 anos, que confessou o crime e conhecia a família de Emília.

Em uma das varandas da prefeitura de Loja, o pai de Emília, Ángel Benavides, expressou sua dor pela perda de sua filha e agradeceu as demonstrações de solidariedade. Além disso, assegurou que perdoou o assassino, recordando o exemplo de São João Paulo II, que perdoou o turco Ali Agca quando tentou matá-lo em 1981 na Praça de São Pedro.

“Hoje foi cometido um crime, mas a justiça divina é a que nos leva à eternidade, é a que Deus com seu amor infinito saberá como prodigar com a sua misericórdia”, afirmou Benavides.

“Lembro neste momento quando uma pessoa, errada em suas ações, atirou no Santo Padre (João Paulo II) com a intenção de matá-lo. Ele nos deu um testemunho da fé católica, perdoando Ali Agca, foi até a prisão, atendeu sua confessou e o absolveu dos seus pecados”.

“Quem sou eu para não perdoar os pecados neste dia? Quem sou eu para não perdoar neste dia? Pobre servo de Deus, eu também nasci do pó e voltarei a ser pó, não posso deixar de perdoar”.

“Queridos amigos e queridas amigas, acreditem e digo de coração: que este homem será julgado por Deus e pela justiça. Nós, minha esposa, eu, minha casa não temos nada a dizer. Nós perdoamos porque a nossa filha realmente não descansará em paz quando ver que ela tem um pai que também odeia, um pai que também é agressivo”.

“Eu nunca eduquei minha filha assim. E nunca, não agora que ela vai me acompanhar como anjo, nem lhe darei um mal testemunho. Não vou permitir que o ódio me consuma as energias, a força, minha alegria, minha capacidade de ser um homem melhor a cada dia”, afirmou.

“Eu não posso me dar esse direito, não posso ir contra o que minha filha quer de mim. Então, por favor, não amarrem o que você não têm por que amarrar. O que cabe a nós é vivermos com uma fé absoluta, com uma absoluta pureza a vida de minha filha, a ressurreição de minha filha”.

“Convido-os, então... eu, estimado bispo, com sua licença eclesial, eu não vou guardar de luto negro porque minha filha não o merece, minha filha merece roupa branca e eu vou de branco nesse luto, porque um anjo acaba de subir ao céu e um anjo me acompanhará”.

“Gostaria de lhes dizer que nos preenchamos de sensatez e que sigam me acompanhando, assim como me acompanharam desde o primeiro dia, a partir de seu coração, de sua alma, de seu esforço, de seu cansaço, que me acompanhem agora nesta última viagem física de minha querida filha ao cemitério. Muito obrigado, minha Churona (assim os equatorianos chamam a Virgem do Cisne, que é venerada e Loja). Obrigado”, expressou o pai de Emília.

“Convido-os para que, no colégio Santa Mariana de Jesus, minha casa, meu lar, aí será o velório. Depois, o bispo me permitiu fazer a celebração na Catedral lojana. Que privilégio para minha filha! Sei que estarão muitos sacerdotes, tenho muitos sacerdotes amigos”.

“Em seguida, teremos que fazer o que temos que fazer, mas sempre com esse sentido de sensatez, de sentido comum e, é claro, de perdão”.

“Muito obrigado, queridos amigos e amigas. Voltem aos seus lares com esse sentimento de como é Loja, de solidariedade, de ternura e, insisto, de saber perdoar”.

“Após essas palavras, Ángel Benavides concluiu com uma oração dirigida à Mãe de Deus:

Santa Maria,
sou vosso escravo
e com vossa licença
vou passar esta tarde.
Não permitas, Minha Mãe,
que por tua límpida e Imaculada Conceição
que caia em pecado mortal
e morra sem confissão
e vós, como Santa Mãe, abençoe-nos.
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
que assim seja para sempre.

 

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