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Sejam Crianças aos olhos de Deus
02/05/2016 11:25 em jovenscatolicos.com.br

“Se vocês não se converterem, e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu.” (Mt. 18,3)
Jesus adverte todos aqueles que o seguem e que se dizem cristãos, a se tornarem como crianças. Tendo isto como condição para fazer parte do Reino que Ele nos preparou.
Mas o que isto quer dizer? Julgando pelo contexto em que se passa, os discípulos discutiam entre si para ver quem seria o maior, ou melhor, discutindo sobre o que é preciso pra ser o maior no Reino do Céu. Eles questionam o Senhor, que vem com a seguinte resposta: “É preciso que vocês se tornem como Crianças”. Atentos a esta resposta, pode-se observar que talvez Cristo referia-se ao fato de que devemos ser servidores de todos, gesto concluído quando lava os pés dos discípulos (Jo. 1-11). Pois de fato as crianças estão dispostas a servir, apesar de que a cultura dos últimos tempos tem tentado destruir essa característica própria do ser humano. Quem nunca ouviu na infância: “Vem fazer ‘aquilo’ pra mim você está mais novo…”, “Levanta pra titia sentar que suas pernas estão mais jovens” São palavras estranhas? Vem da própria pré-disposição da criança ajudar aos “mais velhos”: Quem nunca observou alguém fazendo algo e ficou querendo ajudar, ou aprender como faz? Quem nunca viu vovó fazendo bolinhos e quis dá uma “forcinha” nem que fosse pra rapar a massa do fundo da panela? Hummm…! Bons tempos!
Dentre este motivo há muitos outros, pelos quais Jesus chamou a atenção e ainda continua chamando a atenção de seus discípulos, ou seja, nós. Será descrito pelo menos cinco deles para que possamos meditar profundamente nesta palavra de Salvação:

Sejam Crianças: 1-Inocência

Como somos inocentes quando crianças! Fazemos cada coisa, que nem nos dávamos conta do que estávamos fazendo. “Deus perdoa o tempo da ignorância”(At.17,30). Isto quer dizer que não pode haver culpa num indivíduo que não sabe que aquilo que está fazendo é certo ou errado. Ainda mais quando se trata das leis de Deus, pois a palavra diz que cada será julgado conforme a sua própria consciência. (1Cor. 10,23-30)
Nós, já não somos tão inocentes assim. No entanto, Cristo inocente se fez pecador por nós para nos libertar das cadeias do pecado. Ele derramou seu Preciosíssimo Sangue para nos devolver a inocência.

Sejam Crianças: 2-Pureza

Para descrever a pureza, temos que dissolver a ideia que nos leva a confundir com a inocência que é a ignorância ou ingenuidade, visto que não somos ingênuos e o Mestre não nos chama a ingenuidade.
Podemos comparar a pureza infantil como as pedras preciosas, como o ouro por exemplo: Os garimpeiros encontram o ouro na natureza completamente diferente da maneira como vemos nos desenhos, ou na nossa imaginação. Eles são encontrados cobertos por outros materiais como chumbo, alumínio, ferro, barro etc. E estes elementos “não interessantes” são tidos por impurezas. O ouro bruto, encontrado na natureza, é conduzido a fornos em altíssimos graus que separam estas substancias deixando somente o ouro puro, que é trabalhado e se torna brilhante bonito do jeito que conhecemos.
Assim como ouro é puro e valioso, assim são as crianças. Encaremos a pureza como a identidade da criança mesmo no meio de tanta imundice, impurezas, as crianças nunca deixam de serem crianças em nenhuma circunstancia. Que nós, mesmo diante destas mesmas dificuldades, nunca deixemos de sermos cristãos mesmo quando estamos impuros recorramos ao Senhor que nos purifica.

Sejam Crianças: 3- Alegria

Uma das características mais evidentes da criança é alegria. A natureza da criança é ser alegre pular, gritar, brincar, se divertir. Quem é alegre aproveita as melhores coisas da vida. Quando se diz as melhores coisas são as melhores mesmo. E as coisas de Deus não seriam as melhores?
Então porque encaramos as coisas santas com tanta melancolia e tristeza? Será que, preferimos sermos escravos do pecado? Ou somos felizes por termos liberdade em Cristo para amar e ser amado? Ou neste mundo egoísta, olhamos para nosso próprio umbigo e perdemos a capacidade de sermos sensíveis as necessidades do outro, se felicitar com a felicidade alheia, e assim somos incapazes de comtemplar a verdadeira alegria?

Sejam Crianças: 4-Confiança

Toda criança sonha ou pensa em ser invencível, ainda mais pelas influências dos super-heróis. Autoestima é dom que nos é natural desde pequeno. Mas acima de qualquer coisa a criança tem a consciência que acima dela está seus pais. Quem nunca disse uma dessas frases: “Eu vou contar pro meu pai!”, “ Mamãae!”(Quico do chaves que o diga!).
Os pequenos sempre depositam sua confiança em si. Mas, quando esgotam as suas forças a depositam em alguém que seja maior que eles na figura dos pais ou responsáveis. Do mesmo modo, respeitando em tudo nossos pais terrenos, assim como o próprio Jesus (Lc. 2,51), reconheçamos nossa pequenez, e depositemos nossa confiança ao Pai Celeste.

Sejam Crianças: 5-Perseverança

Faça a experiência de retornar ao jardim de infância e contemple esta perseverança miúda. Veja as crianças brincando em pleno recreio no pátio, as tias observando mais distantes quando de repente, um menino do nada cai (nessa época criança cai igual mamão maduro…), logo após outro e outro. O mais interessante é que faz um “barulhão”, daqueles que a gente diz: “Vai chorar…”. E a reação é surpreendente: Eles olham para um lado e para o outro, se levantam e começam a correr de novo. E isso se repete ao longo de todo o recreio (Em menos de dois minutos, se vê uma única criança caindo pelo menos umas três vezes!).
Observando os caminhos que nós também trilhamos quando pequenos, possamos nunca desanimar diante das diversas quedas que tivermos. Muitos parecem não cair tantas vezes, mas, quando cairmos que jamais possamos desistir de levantar, a fim de trilharmos o caminho que conduz ao Céu.
Lembre-se, se tornar como criança é muito importante para podermos entrar nos céus, pois a porta é estreita. Portanto, desapeguem-se do homem velho no intuito de se revestir do homem novo desapegado dos bens materiais e munido das virtudes que o próprio Deus nos concede.

Autor: Stenio Leite
Membro da Pastoral da Juventude – MG

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