Biólogo e presidente de instituto para preservação da biodiversidade comentam data criada para conscientizar sobre necessidade de cuidado com meio ambiente
Gabriel Fontana
Da Redação
Foto: Ivars Utināns na Unsplash
No dia 17 de julho, é celebrado o Dia de Proteção às Florestas. A data foi criada com o objetivo de promover a conscientização sobre a necessidade de preservação ambiental, ainda mais se for considerada a importância que as florestas têm para a manutenção da saúde do planeta.
O biólogo e delegado geral do meio ambiente do Conselho Federal Parlamentar (CONFEP), Marcelo Godoy, assinala que o termo “floresta” se refere a uma grande área de terra, com uma grande formação de vegetação e alta densidade de árvores maiores de 5 metros, onde as copas se unem formando um grande tapete verde na cobertura.
Aa floresta é a mais alta expressão da criação e presença de Deus no meio de nós. Suas formas, cores e detalhes refletem quão espetacular foi sua Criação.
– Marcelo Godoy, biólogo
Dessa forma, considerando os seis biomas brasileiro – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa –, as florestas predominam sobretudo nos biomas Amazônia e Mata Atlântica. Contudo, o biólogo observa que, “no que tange a questão de proteção, todos os biomas precisam e devem ser protegidos – cada qual possui sua importância para conservação das espécies neles existentes”.
Voltando-se para as florestas, Godoy afirma que elas possuem um papel fundamental para a sobrevivência do ser humano no planeta, protegendo corpos hídricos e o solo. “Uma área sem floresta é uma área propícia a escassez de água, temperaturas elevadas, solo fraco e improdutivo, que eleva drasticamente a permanência e sobrevivência do homem nessas regiões”, explica.
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As florestas também têm relação direta com as condições climáticas. “Quando se derruba uma floresta, são lançados gases que contribuem para o aumento do efeito estufa, sobretudo gás carbônico (CO₂), que causam a mudança no clima, contribuindo para o aquecimento global”, ressalta o biólogo.
Desmatamento no Brasil
Fabiano Porto / Foto: Arquivo pessoal
O presidente do Instituto Regeneração Global, Fabiano Porto, também assinala a importância das florestas para a manutenção da vida e denuncia as agressões sofridas pelo meio ambiente. Entre elas, cita o desmatamento, “causado principalmente pela expansão agrícola, mineração, e exploração ilegal de madeira”.
De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento produzido pelo MapBiomas (iniciativa que envolve diferentes instituições, como universidades, ONGs e empresas de tecnologia), o desmatamento no Brasil caiu 11,6% em 2023. Somente na Amazônia, a redução foi de 62,2% em relação ao ano passado.
Contudo, ainda há trabalho a ser feito. Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8.558.237 hectares de vegetação nativa – área equivalente a dois estados do Rio de Janeiro. Em 2023, a área média desmatada por dia no país foi de 5.013 hectares, equivalente a 228 hectares por hora. Considerando apenas a Amazônia, foram perdidos 1.245 hectares por dia durante o ano passado, o que corresponde a cerca de oito árvores por segundo.
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Preservação
Neste contexto, Porto salienta que a preservação é fundamental para que a humanidade não sofra prejuízos com o desmatamento. Entre as ações que podem ser realizadas neste intuito, cita apoiar e comprar produtos de fontes sustentáveis e certificadas; reduzir o consumo de papel e produtos de madeira; participar de programas de reflorestamento e plantio de árvores; educar-se e educar outros sobre a importância das florestas; apoiar organizações que trabalham na conservação florestal; e cobrar políticas públicas que protejam as florestas e combatam o desmatamento ilegal.
“A preservação da biodiversidade é crucial porque garante a resiliência dos ecossistemas, sustenta serviços ecossistêmicos essenciais, como a polinização e a purificação da água, e mantém a diversidade genética necessária para a adaptação das espécies às mudanças ambientais”, insiste Porto, destacando que “a perda de biodiversidade pode levar ao colapso de ecossistemas e impactar diretamente a sobrevivência humana”.